DECLARAÇÃO

Sagrado e perfeito, sem pranto, sem dor...
Sem dó nem piedade...
Percebo em mim, à vontade...
Tomar-te em meus braços, olhar-te com amor...
Dizer-te com fulgor...
És tu meu amor...
Meu céu meu pranto...
Tens o encanto...
Angelical criatura...
Feita em ternura...
Sem medo da amargura...
Entrego-me sem dor...
A ti, meu amor...

EXISTO

Existo e é só
Não sinto a brisa leve da manhã
Nem o calor confortante do sol
Na noite a lua não brilha
Meu olhos cerrados, não enxergam a vida
E escapa de canto uma lágrima sofrida
Meu pranto sem som, amigo fiel
Olho em volta, sem ver o evidente
Realidade mórbida do quarto frio
Apagam-se as luzes da vida incandescente
Meu mundo ficou turvo
A solidão amargurada corrói minha alma
Calado em meu canto, só ouço o pranto
Do meu coração ferido
Em um fraco gemido, expresso minha dor
Pois sem amor não sei o que é viver

FIM DO ESPETÁCULO

Apagam-se as luzes
Fecham-se as cortinas
O espetáculo maravilhoso
Finda em um escuro aterrorizante
Sinto meu peito dilacerado
Agora mais do que nunca
Sinto o gosto da derrota
Meus olhos molhados estão cobertos
Por um manto de dor
Sem teu calor
Minha angustia infinita
Companheira tão cara
É a dor minha parceira
E a saudade minha esperança
Sentado em meus anseios
Esqueço que sou tão só
Porque ao meu redor
Só há dor e culpa
Padeço diante do fel
Amargo do desamor
Selado nosso destino
Quem sabe há uma razão
Para tamanha desilusão

PERMITO

Permito-me amar...
Permito-me sonhar com dias perfeitos...
Permito-me sonhar com noites quentes...
Com abraços envolventes...
Com teus beijos ardentes...
Permit-me desejar...
A cada novo dia...
Tua presença constante...
Permito-me delirar...
Momentos intensos..
A cada dia mais constantes...
A cada momento mais sólidos...
Permito-me me envolver...
Em teus doces carinhos...
Em tua enorme ternura...
Em teu sorriso honesto...
Permito-me querer...
A cada instante...
Tua presença de amor...

CULPA

Estranha loucura
Sentimentos tão vivos
Não posso querer
Sofrer novamente
Condeno-me, isto é certo
Mas não posso punir-me
Então eu resisto
Não escuto os gritos
Que vem do meu peito
No céu as estrelas
E cada uma delas
Uma lágrima de sangue
Que rola da face
Pois cruel é a ferida
Hoje sentida
Coração maldito
Entrega-se sem calma
Levaste minha alma
Para o breu do abandono
Não pense que me engano
Quando digo a você
Que meu bem querer
Se foi para sempre...

CORAÇÃO APAIXONADO

Sereno sentimento
Assola minha alma
Me enche de graça
Transborda minha luz
Enxergo mais claro
Percebo que meu mundo
É radiante e profundo
Pois em meu destino
Surge o amor
Tão puro quanto água
Da fonte mais rara
Tão lúcido e tão belo
Sereno e sincero
Afaga meu ser
Meu bem querer
Acalma meu pranto
Pois tendo seu encanto
Tudo é mais belo
Não disfarço a alegria
Porque não há amor
Sem que exista magia...

TEMPERO

Sigo em pranto, minha alma divaga
não entendo o meu pranto
já que feliz é o encanto
que penso em sentir tanto
ao longe encontra-se, meu manto
cobre minha dor, doce ternura
abafa meu grito, como uma figura
boca aberta, som agudo, meu grito profundo
preciso externar meu sentimento
de alguma forma que cause entendimento
e percebas que o que sinto
não pode caber no infinito
sentimento tão nobre
vezes tão pobre, deixa-me ao relento
ao frio do sereno, esta é minha sina
porque minha heroína
tem sabor de pimenta
as vezes arde a lingua
mas as vezes tempera a vida

AMOR PERFEITO

Aurora cintilante
Luz do meu mundo
Amor profundo
Sentido novamente
Renovado sentimento
Penetra meu peito
Lança bendita
Permito que acerte
Em cheio na minha alma
Afaga meu corpo
Com um sorriso no rosto
Me diz bem baixinho
Que o nosso destino
É seguirmos em frente
Sem olhar para trás
Nem pensar no amanhã
Viver o presente
Pois com você ausente
Não viverei novamente...