terça-feira, 14 de maio de 2013

SAPATOS

Vivo na corda bamba
Me perdi em algum lugar
Entre ter saltado do abismo
E o para quedas não ter aberto
O sorriso e o prazer enebriaram-me
Hoje é como uma ressaca disso tudo
Misto de emoções
O que sinto é que não pertenço a aqui
Me encontro em um cume estreito
Qualquer passo em falso eu caio
Me agarro a sonhos impossíveis
A pessoas que não existem mais
A costumes que não são mais cultivados
Me apego a qualquer sinal de atenção
Como se fosse minha taboa de salvação
Meus pés doem, meus sapatos não me servem mais
Já caminharam bastante, agora só querem refúgio
Não encontro, não vejo em lugar algum
Um porto tranquilo, aonde munha nau possa atracar
Aonde eu possa descansar de tanta luta
Sigo olhando pela luneta da vida
Não para trás, mas sempre avante
Mas nada vejo alem de bruma e escuridão
Quem há de tirar minhas vendas?
Quem há, se é que ainda há,
Alguém que cultive o que pra mim é tão caro
Dentro do seu coração
Meu tempo foi outro
Meu lugar foi outro
Nem faço força, é inútil
Vivo o que tem pra viver
Da forma como deve ser vivida
Um dia após o outro, sem pressa, sem pensar
Só seguir...
E ir...
Partir...