quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Beijo




Quando as palavras faltam
Os olhares se cruzam
E o corpo fala mais do que a boca
Seria o momento certo para um beijo
Talvez um beijo mais sentido do que gostaríamos
Talvez um beijo mais longo do que deveria
Mas um beijo tão desejado
Um beijo tão cheio de sensações
Que não haveria como ficar indiferente

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

NOITE













agora, todos dormem
apenas o sibilar de grilos ecoa
todas as vozes se calam
o breu domina a noite
assim como domina os olhos dos justos
que dormem tranquilamente em suas camas
o silêncio me incomoda
não consigo dormir
meu corpo todo reclama
a brisa leve, refrescante
acalma meu coração
minha cabeça não sosega
grita, esbraveja, incomoda
ouço perfeitamente o rugido da noite
urrando e me convencendo
que apenas posso sair
fugir, correr
mas nunca me esconder
do que aflinge minha alma
perturba meu espírito
sigo aguardando
atento e desperto
na noite tranquila
meu mundo se agita e grita
ainda espero

terça-feira, 14 de maio de 2013

SAPATOS

Vivo na corda bamba
Me perdi em algum lugar
Entre ter saltado do abismo
E o para quedas não ter aberto
O sorriso e o prazer enebriaram-me
Hoje é como uma ressaca disso tudo
Misto de emoções
O que sinto é que não pertenço a aqui
Me encontro em um cume estreito
Qualquer passo em falso eu caio
Me agarro a sonhos impossíveis
A pessoas que não existem mais
A costumes que não são mais cultivados
Me apego a qualquer sinal de atenção
Como se fosse minha taboa de salvação
Meus pés doem, meus sapatos não me servem mais
Já caminharam bastante, agora só querem refúgio
Não encontro, não vejo em lugar algum
Um porto tranquilo, aonde munha nau possa atracar
Aonde eu possa descansar de tanta luta
Sigo olhando pela luneta da vida
Não para trás, mas sempre avante
Mas nada vejo alem de bruma e escuridão
Quem há de tirar minhas vendas?
Quem há, se é que ainda há,
Alguém que cultive o que pra mim é tão caro
Dentro do seu coração
Meu tempo foi outro
Meu lugar foi outro
Nem faço força, é inútil
Vivo o que tem pra viver
Da forma como deve ser vivida
Um dia após o outro, sem pressa, sem pensar
Só seguir...
E ir...
Partir...

domingo, 21 de abril de 2013

Passou da conta, extrapolou
Toda delícia amarga do sentimento
Quando adoça demais a boca
Sempre traz consigo aquela sensação de ser surreal
Meu peito agora queima, arde num fogo mágico
Já não é de hoje, hora queima de amor, hora queima pela dor
Acostumo-me a estas intempéries dos sentidos
Habituo-me com este zig-zag de emoções
Perdido em meu mundo particular
Tento dormir, em vão, tenho medo do escuro
Porque dentro de mim o manto negro é vivo
E minha existência se resume ao nó na garganta
Ao aperto no peito, quase sem fé
Meus anceios mais altos
Permanecem em minha alma